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A mostrar mensagens de maio, 2015

Se asas houvesse.

Se o vento me levasse, como se pétala eu fosse, não seria a sombra na fotografia.  Se meu vento como pétala me abraçasse, na foto, na sombra, no chão duro e real, ver-se-iam minhas asas e não meus ombros. Os ombros que pesam, os ombros que cansam, os ombros que caem.  As asas! As asas trariam o leve, o voar, o adeus ao chão.  Tudo o que não tenho traria toda uma realidade que não sou.  Sou-me. Sentada. Sem vento e sem asas. Real, no chão, na relva, no cansaço.  Se asas houvesse, ao vento disponíveis, a vida não seria tangível e eu não seria eu.