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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2007
Não compreendo senão como uma espécie de falta de asseio esta inerte permanência em que jazo da minha mesma e igual vida, ficando como pó ou porcaria na superfície de nunca mudar. Assim como lavamos o corpo deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa - não para salvar a vida, como comemos e dormimos, mas por aquele respeito alheio por nós mesmos, a que propriamente chamamos asseio. Há muitos em quem o desasseio não é uma disposição da vontade, mas um encolher de ombros da inteligência. E há muitos em quem o apagado e o mesmo da vida não é uma forma de a quererem, ou uma natural conformação com o não tê-la querido, mas um apagamento da inteligência de si mesmos, uma ironia automática do conhecimento. Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não se afastam dela, por aquele extremo de um sentimento, pelo qual o apavorado se não se afasta do perigo. Há porcos de destino, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma atracção da im

O ferida do tempo

O tempo, esse bandido clandestino Salteador de estradas e memórias Mistura numa névoa libertino O passado e o futuro das histórias. O tempo de dizer a vida é breve O tempo de viver há quem o diga Só espera que o diabo que o leve O tempo tem mais olhos que barriga. Ensinou os dedos de rameira Remexendo em tudo muito embora Seja sem prazer que tudo queira Trinque e deixe a meio e deite fora. O tempo que se esconde de emboscada O tempo que te foge a sete pés O tempo que no fim não vale nada. Susana Félix - Mais Olhos Que Barriga

Estudo de Psicologia

Christe lux mundi, qui sequitur te, habebit lumen vitae, lumen vitae. As idades e as dinâmicas que vamos desenvolvendo ao longo da nossa vida alteram-se. Alguns teóricos debruçam-se mais inteiramente à explicação dos processos exclusivamente. E compilam-no nos vastos conhecimentos da Psicologia. Ter o privilégio de ter sido educada para a compreensão mais ampla e a explicação mais adequada face ao outro faz-me amar este capítulo e debruçar-me seriamente sobre ele. Tantas vezes os meus livros de cabeceira são de psicologia ou afins como são romances. Aliar a compreensão do próximo e de si como caminho para a relação e saciedade plena. Como muitas vezes sabem-me bem estas lágrimas. Porque andam comigo há algum tempo e a sua compreensão ainda não tinha chegado. O escuro da noite chegou, já não vejo o teclado, mas os meus dedos sabem o caminho pelas letras. Expressar-me. De mim para mim, como ao espelho, como antes de adormecer, como numa confissão sincera e serena. Choro agora as lágrimas
O Rei, que não o sendo era-o, decidiu compenetrar-se de sua tristeza e deixar-se acompanhar de sua ânsia. Como se estivesse a percorrer um caminho para o lado-tudo e se refugiasse no lado-nenhum. As possibilidades imensas que fogem do controlo, da calma, alma e nos mergulham na lama. Tudo o que foi e não o é mais. Tudo o que é e nunca o tinha sido. Dou por mim a pensar. A liberdade não será também a ausência de medo de magoar? Quer porque é impossível magoar, quer porque se não preocupa com isso? Entretanto, com avanços e recuos, com paixão e não compaixão, com calma e sofrimento, apunhalei o rei. Ingenuamente destitui-o de seu trono, que não o sendo o era. Arrependo-me? Se me arrependesse dessa forma tão absoluta, negaria o que constitui. E negaria também todas as facetas que me povoam. Amar a todos de todas as minhas maneiras, sem pudor nem negações.

Everytime we touch

Cascada - Everytime We Touch I still ear your voice, when you sleep next to me. I still feel your touch in my dream. Forgive me my weakness, but I don't know why Without you it's hard to survive. 'Cause everytime we touch, I get this feeling. And everytime we kiss, I swear I can fly. Can't you feel my heart beat fast, I want this to last Need you by my side. 'Cause everytime we touch, I feel this static. And everytime we kiss, I reach for the sky. Can't you feel here my heart beat slow I can't let you go. Want you in my life. Your arms are my castle, you heart is my sky. They wipe away tears that I cry. The good and the bad times, we've been trough them all. You make me rise when I fall. 'Cause everytime we touch, I get this feeling. And everytime we kiss I swear I can fly. Can't you feel my heart beat fast, I want this to last. Need you by my side. 'Cause everytime we touch, I feel this static. And everytime we kiss, I reach for the

Alguém Acredita?

Jamais procuraria usar tais confrontos como alimento da alma, como saciadores daquilo que me urge e me falta. Não compreendo sinteticamente este reinado de luz e de ódio à sua sombra. Todos se insurgem contra o que não lhes surge, nenhum compreende o que é espontâneo para outros. Para onde nos dirigimos na ausência de mundo, na ausência de espaço para todos e para nenhum. Recordo-me perfeitamente do meu sonho. A morte batia à porta com uma franqueza malamente perceptível de fora. O sonho que não havia mais. A solidão da moribunda. A taquicardia óbvia e assustadora. E o mundo que em seu redor, sem compaixão e sem união continuava seu percurso, suas guerras, suas futilidades. Meu coração anseia pela paz, pela liberdade, pela compreensão do outro à semelhança da compreensão de mim. Não sei o que sou ou que me torno quando não compreendo. Talvez uma sombra da luz, uma fonte de ódio como todos os restantes. Eu queria tirar aquela fotografia àquela multidão, porque outros a queriam, mas