Todos se insurgem contra o que não lhes surge, nenhum compreende o que é espontâneo para outros. Para onde nos dirigimos na ausência de mundo, na ausência de espaço para todos e para nenhum. Recordo-me perfeitamente do meu sonho. A morte batia à porta com uma franqueza malamente perceptível de fora. O sonho que não havia mais. A solidão da moribunda. A taquicardia óbvia e assustadora. E o mundo que em seu redor, sem compaixão e sem união continuava seu percurso, suas guerras, suas futilidades.
Meu coração anseia pela paz, pela liberdade, pela compreensão do outro à semelhança da compreensão de mim. Não sei o que sou ou que me torno quando não compreendo. Talvez uma sombra da luz, uma fonte de ódio como todos os restantes.
Eu queria tirar aquela fotografia àquela multidão, porque outros a queriam, mas eu não estava pronta para desistir de tal projecto. Tinham-mo pedido. Mas como se consegue colocar em marcha os planos tão rocambolescos quando nenhum no monte o compreende, o vê como seu, segue seu rumo e suas ânsias como se mais nenhum interessasse.
Ressinto todo aquele cenário. Tão real, tão adequado ao que senti, ao que sinto, ao que vejo e faço acontecer.
Depois da atitude verdadeiramente convicta e com sabedoria, veio a benesse de todos, o saber partilhado de que ali havia a razão. Como se nuns campos dotássemos todos de compaixão pela nossa missão e noutros campos, tão semelhantes na força e na perseverança de levar a cabo tais outros projectos, fossemos incapazes de tal acto, de tal clareza, de tal percepção aos olhos dos outros.
Lamento. Garanto-vos que a minha alegria em todos os meus projectos é a mesma. Sincera, segura, voraz e elegante. Não saberia ser de outra forma.
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