Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2013

O que é a misericórdia de Deus?

O que é a misericórdia de Deus? A misericórdia vem a nós, sem a pedirmos. Quando permitimos que chegue, quando nos tornamos disponíveis a senti-la.      O que é para mim a misericórdia de Deus? Imbuída na culpa, no desgosto, no pecado, não permito que outros sentimentos venham a mim. Quase que de forma egoísta e auto-centrada concentro a minha atenção e a minha vida naquele ponto de pecado. Um pequeno pecado, uma pequena negação da Divindade na nossa vida leva-me a esquecer o maior e o melhor possível para permanecer apenas focada na dor. Meu Deus, como sou frágil. Como nego tão drástica e completamente a Tua presença. A Tua misericórdia é, tão simplesmente, abrir o coração para receber novo alento. Novo alento em qualquer forma que se possa apresentar. Há dias em que novo alento é um sonho muito concreto que eleve os padrões habituais, outros dias será a tranquilidade e a persistência de trabalhar segundo os mesmos padrões. Novo alento não precisa de

O massacre, que anula a esperança no futuro

A vida corre e passa por nós. E é difícil ficar indiferente a tanto movimento. É difícil não se ser afetado pelas escolhas dos outros, pela vidas que os muda e que os leva. É difícil não darmos por nós sozinhos porque os demais voaram segundo os seus sonhos, para o bem e para o mal. A vida corre e passa por nós, enquanto suspiramos e encolhemos os braços. Fico em paz sonhando e imaginando e revivendo. A minha cabeça o meu mundo. Tão solta e livre quanto a imaginação mo permite. E o salto? E o concreto? É preciso energia para saltar. É preciso força para aterrar. E mais coragem ainda é necessária para se manter firme no propósito. Sabem, estive meses sem avançar na vida. Passou o tempo do calendário e nada se mexeu intimamente. Estagnação, porque a vida exterior me deixou presa e destruída. Não foi bom. Foi doloroso. Massacre aos meus sentimentos, à minha dignidade, à minha expectativa, à minha construção mental daquilo que deveria ser umas normais férias em família.

Ser verdadeira parte de um grupo

Não estar presente numa reunião que Deus pensou para mim custa-me. Não estar num momento de encontro com pessoas que Deus escolheu para estarem ao meu lado e no meu caminho, custa-me. Um dos meus padrões de lidar com este arrependimento/ erro é considerar que não vou/ estou porque não estou à altura daquilo que quero e que idealizo sobre a minha conduta. Considero isto como um erro. Quando rezo isto sei (novamente) que não é assim que verdadeiramente me sinto em relação a "não corresponder às minhas expectativas sobre o meu comportamento livre". Deus, a Vida, não se importa se estou num sítio ou noutro em Seu nome, se estou com umas pessoas ou com outras em Seu nome. Mas com certeza fica sentado à espera que eu me decida a regressar "com o meu coração" ou "com a minha vida como um Todo" ao Caminho, à Verdade, à pura Vida. Andar de um lado para o outro, atualmente, não me preenche e faz-me sentir frágil e incapaz. No dia-a-dia, apoiar-me coerente

Ambição silenciosa ou acompanhada?

Quando vivo fechada na minha casca, não imagino como é fácil encontrar tanta gente como eu. Sair da rotina e permitir-me contactar com a vida pulsátil que flui nas outras vidas. Não excessivamente pulsátil, claro, mas vida em movimento. Com sonhos e com movimento e com ímpeto, como eu. Não estou sozinha neste caminho. Embora às vezes eu gostasse de pensar que estou. Embora às vezes eu preferisse estar, saber que sou "mais à frente" e "mais mais mais" que os outros semelhantes. Contactar com os pares é tomar consciência disso. É sentir a ambivalência da ambição. Ao mesmo tempo que é perceber que há uma luta competitiva com quem ambicione o mesmo que nós, é também poder flutuar no prazer da companhia e do apoio. Ambivalência da ambição. As minhas dificuldades são as dificuldades de outros como eu. Quando sinto que não consigo, há outros que já passaram (e que estão a passar) pelo mesmo. Quando guardo silêncio da minha ambição, perco a oportunidade de parti

Inquieta, obstinada, exijo no agora

E o tempo passa. Envolvo-me em pessoas, em projetos, em vidas, e o tempo passa. Agarro-me às sombras escuras que me povoam, que me perseguem. Aninho-me no amargo e na minha solidão. Não choro, mas podia fazê-lo. Não páro, não morro, mas podia fazê-lo. O tempo suspenso desatina-me, numa obstinação por tudo concretizar agora. É o tudo que eu quero agora. Quase como se fosse uma criança, como se fosse pequena inconsciente que não espera mais do futuro do que recebe das sombras. Ao futuro nego a consciência, nego a vontade, nego a esperança. Ao futuro renuncio. É no agora que moro e onde quero enraivecidamente ficar. É ao agora que quero que respondas e que correspondas. Criança eu, que não espera no futuro, que não sabe que há mais tempo do que tempo que viveu e que saboreou. Criança eu que não quer esperar, que não concebe haver outra realidade que não aquela sentida e gemida. A realidade que gemo, em silêncio, cruelmente entregue à solidão. Uma recusa clara, vida