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Ser verdadeira parte de um grupo



Não estar presente numa reunião que Deus pensou para mim custa-me. Não estar num momento de encontro com pessoas que Deus escolheu para estarem ao meu lado e no meu caminho, custa-me.

Um dos meus padrões de lidar com este arrependimento/ erro é considerar que não vou/ estou porque não estou à altura daquilo que quero e que idealizo sobre a minha conduta.
Considero isto como um erro. Quando rezo isto sei (novamente) que não é assim que verdadeiramente me sinto em relação a "não corresponder às minhas expectativas sobre o meu comportamento livre".
Deus, a Vida, não se importa se estou num sítio ou noutro em Seu nome, se estou com umas pessoas ou com outras em Seu nome. Mas com certeza fica sentado à espera que eu me decida a regressar "com o meu coração" ou "com a minha vida como um Todo" ao Caminho, à Verdade, à pura Vida.

Andar de um lado para o outro, atualmente, não me preenche e faz-me sentir frágil e incapaz.
No dia-a-dia, apoiar-me coerentemente e regularmente em pessoas da minha confiança elimina vários discernimentos (será que posso fazer isto com eles? será que posso confiar? se não gostarem dizem-me? o que é que é importante eu fazer/ ser para lhes proporcionar mais crescimento? quando não estou, que aspectos de mim fazem falta nas suas vidas?).

Estive inserida em vários grupos apenas porque sentia que eles seriam uma mais-valia para mim. Quieta e sossegada ouvia, sentia, pensava, levava para a minha vida sementes agradáveis.
Estar presente em grupos vários pode trazer-nos muito à nossa vida quotidiana e à nossa forma de agir.

Aqui, inserida no grupo, não é propriamente este o intuito...
A vontade geral e de cada um é que ocorra uma partilha, uma troca de experiências e de vivências, com um fio condutor comum, relacionado com os TPC's propostos.. Apoiada em Deus, numa conversa de grupo de igual para igual. Cada um traz e cada um leva. Sem que nenhum se imponha, e sem que nenhum coordene ou reja a orquestra.
Cada um à sua vez, fecha os olhos, relembra e sente quais foram os seus movimentos interiores e que fluxo consequente observou ou esperou observar.
Um circulo, com espaço para cada um. Com espaço para todos.

De facto, sinto-me à vontade para falar de tudo aquilo que observo à luz de Deus.
Gosto do grupo, como um todo e de cada um dos seus elementos. Quando me lembro de cada um e das suas partilhas, sorrio. Na oração fazemo-nos tão próximos. Despimo-nos de roupagens sociais, de roupagens de expectativas e procuramos ser fiéis à verdade. Ser fiéis à Verdade maior.
Isto é um bênção. Estar assim num grupo é uma bênção.

E porque gosto e confio no grupo, quero ir convosco mais longe do que vou nas minhas outras relações.
Infelizmente, tendo a não pedir mais às pessoas do que dão naturalmente e sem interferência. Mas é preciso exigir do outro quando confiamos nele, que está à altura e que se quer fazer mais Próximo.

Compreendo que sou parte do grupo.
Sinto-me parte do grupo, com rostos reais e humanos de quem procura já o Reino, como motor concreto da minha oração e da minha procura. Estar neste grupo leva-me à minha vida além daquilo onde iria sem vocês.

Mas há outras partes.
Há a parte de eu ser parte do grupo e contribuir para a vossa Vida.
E há a parte de o grupo ser o ótimo conjunto e ser valioso por isso, sendo a contribuição global o Contributo do Alto (assim esperamos "onde houverem dois ou três reunidos em Meu Nome, aí estarei"), como um bolo, como um somatório de cada um. Neste bolo, a importância de cada ingrediente é relativa, é variável de uns dias para os outros, é imprevisível, é inavaliável. E quando o bolo não tem esse ingrediente, apenas podemos ficar a pensar "como seria o bolo se tivéssemos colocado esse ingrediente?".
Mas, também, de um modo geral, conseguimos saber quais os ingredientes que nos tocam mais e porquê. Isto sem interferir na receita, na qualidade ou na quantidade de cada um deles.

Pela falta de confiança, pela falta de realização pessoal no domínio das relações humanas, pela falta de esperança no meu papel de bem-aventurada para os demais que me rodeiam, não consigo sentir ou perceber se sou um verdadeiro elemento do grupo ou se sou um elemento que bebe de vocês e que assim se aproxima da Vida.

Eu queria saber mais das vossas vidas (fora do contexto de partilha), para que eu me pudesse ajustar melhor, para que eu pudesse estar mais presente, para além do meu testemunho.
Eu gostaria de estar mais presente, como forma de saber e de sentir que contribuo efetivamente para a Vida que procuram.
Mais alguém se sente assim?

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