Quando vivo fechada na minha casca, não imagino como é fácil encontrar tanta gente como eu.
Sair da rotina e permitir-me contactar com a vida pulsátil que flui nas outras vidas. Não excessivamente pulsátil, claro, mas vida em movimento. Com sonhos e com movimento e com ímpeto, como eu.
Não estou sozinha neste caminho. Embora às vezes eu gostasse de pensar que estou. Embora às vezes eu preferisse estar, saber que sou "mais à frente" e "mais mais mais" que os outros semelhantes.
Contactar com os pares é tomar consciência disso.
É sentir a ambivalência da ambição. Ao mesmo tempo que é perceber que há uma luta competitiva com quem ambicione o mesmo que nós, é também poder flutuar no prazer da companhia e do apoio.
Ambivalência da ambição. As minhas dificuldades são as dificuldades de outros como eu. Quando sinto que não consigo, há outros que já passaram (e que estão a passar) pelo mesmo.
Quando guardo silêncio da minha ambição, perco a oportunidade de partilhar as asas do voo que outros já deixaram crescer. Tomar consciência disso é crescer, é alimentar a vontade e fazer desaparecer os medos. Tomar consciência disso é alegrar-se e esquecer a competição que até agora me perturbava e me frenava.
Somos muitos a pensar ir embora. Para o bem e para o mal, estou acompanhada.
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