__Sonoridades_Momentâneas__

Só tenho esta vida. Só tenho esta oportunidade. E é agora que quero furiosamente aproveitar a minha vida. Furiosamente esquecer o mundo, os homens, as mulheres. Furiosamente esquecer as outras vidas, as outras necessidades. Furiosamente esquecer-me e ocupar-me da minha vida. Estudar. Aprender. Dedicar-me a mim. Como ser único, só com esta oportunidade. Entrega-te a ti mesma. Imaginar que lá fora chove. E que não há pessoas, não há festas, não há Verão. Hei-de tê-lo todo em mim, a seu tempo.

As comadres reúnem. As putas das comadres que não têm coragem, sequer, de reconhecer o que biologicamente sentem. Aquelas comadres que têm emoções (emoções são coisas físicas, biológicas, relacionadas com pensamentos) e que não as reconhecem. As comadres não existem em elas mesmo. As comadres reúnem e nem na sua imaginação fodem. As comadres não existem na realidade própria. Falta-lhes os tomates. Falta-lhes o desprendimento. As comadres sentem a energia que deixo fluir na minha vida. As comadres sentem a nova liberdade que vivo e na qual existo. As comadres sentem e sentam-se e perguntam-se. E querem saber. E fico enojada. Porque as putas das comadres vivem as suas vidas platónicas nas suas cabeças e não saem para o mundo real. As comadres têm medo de serem tocadas pelas línguas dos outros segundo o modo como as suas línguas tocam a minha vida. Pura a minha vida, a minha liberdade, as minhas escolhas. Venham a mim, suas putas que nem fodem. Venham a mim, suas línguas falado...

Vou arranjar quem dê fortemente no cu do Jamil que escreveu mal este capítulo. Não se pode escrever mal um capítulo. Se não sabes escrever, ficas calado.

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Tudo isto é Fado. Tudo isto é Destino. Tudo isto é rio que navego, com ondas, com marés, com flutuações. Aguenta-me, barquinho, que eu estou a bordo e quero manter-me a salvo. Prometo lutar. E cada dia um bocadinho melhor que o anterior. E cada dia me leva mais além e me faz sonhar mais além. Cada dia me habituo mais e me habituo melhor. E assim vão passando as horas, com menos ansiedade e com mais dedicação. E assim vão passado os dias, com menos ansiedade e com mais dedicação. E há também os dias de pausa, que já não causam remorso e que fazem parte. Não corro uma maratona, mas sim uma corrida de fundo. Sou toda eu em prol de uma causa. O descanso cognitivo faz parte. E há o Eu que aprende a ser egoista. O Eu que aprende a deixar-se levar e a deixar-se cuidar, e a pedir ao universo. Tudo novas aprendizagens. Cada dia melhor. Amanhã saberei.

Uma vida de sonhos. Na qual se acredita. E depois, ainda assim, vem sempre um certo vazio. Não é um vazio mau ou um vazio bom, é o vazio, que vem a seguir. Habituemo-nos.

Acordo de sono pesado e refeiçoo. Durmo a sesta, porque a cabeça estava cansada. Estudo, mas a preocupação da greve e do futuro ocupa-me a mente. Desligo isto e percebo que quero avançar na matéria. Outro café para activar a psique adormecida, para enlevar o cérebro dormitante e preguiçoso? Tanto para aprender...! E tu quieta e parada. Taquiarritmias, queres ler. Vamos à luta!

Foi o primeiro dia de greve dos médicos. Fui à manifestação. Chegada a casa, em vez de ir sair à noite, dormi e estudei algumas páginas. Poucas, mas algumas. Voltei a deitar-me, em sono pesado.

Dia 1. 10 de Julho de 2012. Estou mutilada internamente e revoltada. O dia 1 começou com pesadelos. Voltei a deitar-me. E depois levaram-me a passear. E agora volto a casa. E doem-me os olhos. E tenho que ir por gotas, para os olhos não secarem. E devo habituar-me a isso. E devo habituar-me a isso. Cá dentro do meu coração, o meu maior propósito é o estudo, é o trabalho árduo. E no concreto tenho dificuldade em abandonar-me a esse mundo. Dificuldade em esquecer as necessidades emocionais minhas e dos outros para me dedicar por inteiro ao trabalho. Hoje é esta dificuldade que rezo. E este pedido que faço. Dai-nos a graça de mais almas a trabalharem para Ti, meu Deus. Para que eu receba mais carinho. Para que aqueles que esperam o meu carinho o recebam de todo um outro mundo. Meu Deus. Em súplica te rezo. Dá-me o que preciso para estudar. E dá àqueles a quem falto o que eles precisem. ------- Quando ouso descer à oração, quando ouso perceber aquilo que existe em mim a la...

Quero muito estudar esta noite. Quero muito dedicar-me a um propósito. Fecho os olhos e imagino o prazer que haveria de ter se o conseguisse. Hoje trata-se de ler sobre umas doenças específicas que eu não entendi muito bem no ano passado. Consigo sentir prazer com os olhos fechados e a pensar em conseguir dedicar-me a isso. E o que falta? O que falta ao meu corpo para transformar em concreto a vontade da minha alma?

Foi um desgosto. Ainda me entrego ao que perdi. Não consigo continuar neste caminho. Parece-me que vou para o precipício. É difícil caminhar e acreditar que vou para outro rumo. Quero a glória e o sucesso. Procuro. E, ainda assim, não consigo trabalhar para isso. É difícil esta existência.

Não, não me sinto triste. Não, não me sinto sozinha. Só não me sinto eu. Só não sei onde estou ou quem sou ou como sou. Só não estou, ainda, onde estou. Peço ao Universo tempo, para me dar o tempo de me dar. Só isso.

ando pelo mundo, em busca de consolo. percorro o facebook à procura de algo que me preencha e me faça sentir bem. quando me sentir bem, hei-de começar a estudar, pacificada comigo. e percebo, entao, que primeiro virá o estudo, e depois a sensação de estar preenchida e alinhada na vida. depois virá o prazer de viver. o prazer vem vivendo, nao olhando para as milhoes de linhas de facebook. tao superficiais, que nada dizem e que nada sentem. ando perdida e nao estudo. procuro o consolo onde nao vem. ate que desisto de procurar a felicidade fora de mim e estudo. em mim esta tudo o que preciso.

Preferir sofrer para estudar e para ter boa nota é exactamente isto. E nada mais. É continuar a escolher estudar, a qualquer custo, do que passear-se pela vida. Estudar, em nome do saber, em nome da boa nota e em nome de saber que superas as tuas lutas interiores. Tu superas as tuas lutas interiores.