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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2007

Descanço em paz, e beijo-te.

Acordei de um sonho, não me lembro exactamente qual, a televisão aos berros, tal como a tinha deixado. Estava a ver televisão, um momento agradável. Deixei-me ir, sumptuosamente deixei-me ir. Progressivamente, num misto de realidade e de sonho. Que delícia. Estiveste aqui, nos meus braços, eu nos teus, amor, ternura, compreensão. Foste embora, tudo ficou igual, fui apenas buscar a mantinha para me tapar. Ui. Deixei-me ir. Dormi profundamente como se nada mais interessasse. E nada mais interessava. Acho que isto é tudo síndrome pós-stress. O meu coração descansou. A minha mente descansou. Tudo o mais pôde esperar por mim. Faltava-me ver que efectivamente o meu mundo continuava a girar sem mim. Apesar das peruas acharem que não. O meu stress é sobretudo isso. Excesso de pessoas que me fazem acreditar que dependem de mim. Mas hoje dormi a folga sem pensar nisso, sem sentir isso. Acordei. Baixei o volume da televisão. Fiquei a olhar pela janela. Já o dia tinha escurecido. No prédio da fren...

Queres saber o que eu te enfiava no cu?

Sabes o que é que eu te enfiava no cu? Panilas indeciso? Ou será que lá as galinhas apenas merecem ser depenadas? Eu logo te depeno. Com pinça. Para te tirar a tua alegria. E para te mostrar a dor. Ao vivo. Garanto-te. Garanto-te. Quem boa cama fizer, nela se há de deitar. E lembra-te, no curral onde pensas que andas, onde só deves ver esterco e tu és o rei, há poucas galinhas. Gira-as todas. E vais desejar voltar po sítio de onde vieste. Se é que já não sentes. Só podes ser muito imbecil e sentir-te muito falhado pa efectivamente fazeres o que fazes. Por rotina, começo a ver. Aproveita a chique sistólica, porque as que cuidariam de ti como todo o gajo gosta (se não hoje, no futuro), essas já te toparam. Frangos como tu são depenados antes de depenarem as galinhas. Já vais com 2. Não comas mais, porque senão oferecemos-te a indigestão. Pelo cu. Pa veres que afinal a tua vida antes valia mais a pena.
Sofro. Vejo-te de braço dado com o mundo, como que numa tentativa de pacto forever e sofro. Renuncio ao papel de amiga aventureira. Escolho antes o meu sempre papel de protectora. Não vás, não faças, não sejas. Não estejas. Por tudo. Por tudo o que sabes e o que soubeste. Por tudo o que te esqueceste. Lembra-te de quem és e do que gostas. Vive o que sentes. Pelo menos, pelas nossas lágrimas. Mesmo quando ignoradas, continuam a ser sentimento. Ariscaria a dizer sentimento de amor. Amor Maior. Limpo, transparente, sem reservas. O Meu Amor.
Solidão não é estar sozinha. É estar com todos os que tenho e todos os que quero e não me sentir à vontade. Não conseguir ler nos outros o que eles sentem, não conseguir dar a ler o que sinto. Estou na solidão. Ausento-me do mundo que é vosso. Não vejo ninguém de verdade feliz. Esta solidão não é totalmente vossa, é sobretudo minha. Acho que estou num mood em que não tenho a coragem de analisar os instantes. Escondo-me por detrás de clichets , por detrás de déjà-vu' s de mim. Fragmentos de mim que já foram mas que não encaixam mais. Conheço-me melhor que isto, merda! A solução? Retirar daqui o peso do sucesso. Instaurar a segurança do percurso. Dias marados que deixam marcas. Talvez mais profundas do que pareçam. Por agora só sei que não me apeteces mais nestes modos. Não me proporcionas ser uma melhor pessoa.

A Minha Oração

Planear. Escolher cautelosamente aquilo que se pretende, aquilo que se há de fazer. Escolher, mas não pensar em demasia. Pensar faz-nos centrar. Tenho deixado o pensamento vaguear. Acabo a chorar, o vaguear leva-me às lembranças e às saudades. Deixar-me vaguear é o meu rezar.

Minha querida Árvore

Sinto que te irritei, árvore velha e paciente. Talvez porque abusei. Puxei pelos ramos, abusei da disponibilidade que me dás, da esperança que me ofereces. Não foi por mal. Não sou má. Não te relacionas com pessoas más. Mas também não o fiz por bem. Foi apenas por desleixo. Não me tive em conta. Caí, caí, caí em desespero. Vi-me a afundar e agarrei-me ao porto seguro. Neste momento tu. Sabias disso? Chego a esquecer-me de quem és. Chego a esquecer-me de como são tuas folhas, tuas nervuras, teus relevos. Tua textura, teu cheiro. As flores. As folhas. O tronco sólido. Estás aqui comigo, a distância é que concede outra ilusão. Não me desiludiste. Nem um pouco. Agardeço-te muito, qualquer pouco que tenha sido. Sei que foi sincero. Não te irritei assim tanto, pois não? :D
Eu procuro à toa. Passo 1. Saber o que procuro. Organizar ideias, sequenciar acontecimentos. Passo 2. Esperar que outros já tenham procurado o mesmo que eu. E me entreguem as respostas. No Pubmed, de preferência. E rápido, não tenho a vossa vida. Estou em TPM.

Espero que o tempo passe, vê-lo a parar.

Esperar que o tempo passe, vê-lo a parar. Estou de férias, fantástico. Um sítio que já não reconheço, um tempo que já não possuo. Vagueio e parece que pertenço mais a todos do que a mim. Não sei o que se passa. Não sinto o que se passa. Férias. Férias. O que são férias? Tempos mortos e desocupados, ocupados pelo nada? O que são férias?

May I change?

Apetece-me mudar o meu quarto. Chego da civilização à província e encontro os meus cacos do passado. As pequenas e insignificantes coisas que por ali prosperam como cogumelos. Parece a casa de uma avó. Milhentos biblots à mostra e nos armários para o caso de um dia querer recordar. E recordo agora, enquanto coloco num saco de plástico bem escolhido para servir de memorial final, pela última vez, os sonhos que todos estes objectos me alimentaram. "Um dia terei", "um dia farei". Acho que chegou a hora. Agora, não só imagino como procuro concretizar. Vou renovar o quarto, pintar uns quadros, pintar umas paredes, espalhar uns biblots-reis e -rainhas. Algo imponente. Será o meu outro quarto. Sofisticado e sossegado. Como eu.