Sinto que te irritei, árvore velha e paciente. Talvez porque abusei. Puxei pelos ramos, abusei da disponibilidade que me dás, da esperança que me ofereces.
Não foi por mal. Não sou má. Não te relacionas com pessoas más.
Mas também não o fiz por bem. Foi apenas por desleixo. Não me tive em conta. Caí, caí, caí em desespero. Vi-me a afundar e agarrei-me ao porto seguro. Neste momento tu. Sabias disso?
Chego a esquecer-me de quem és. Chego a esquecer-me de como são tuas folhas, tuas nervuras, teus relevos. Tua textura, teu cheiro. As flores. As folhas. O tronco sólido.
Estás aqui comigo, a distância é que concede outra ilusão.
Não me desiludiste. Nem um pouco. Agardeço-te muito, qualquer pouco que tenha sido. Sei que foi sincero.
Não te irritei assim tanto, pois não? :D
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