E assim se esgota o mundo frente aos meus olhos. Colocar-se a tridimensionalidade de um planeta, de um universo de sonhos, do concreto da vida numa área plana de 12 polegadas. E não me apetece mais mundo. Não que não queira saborear a vida, mas é que... a vida fica demasiado plana assim, aqui, num ecrã. Miserável mundo o meu, que bebe com sede dos cristais planos um mundo que se amplia todos os dias. Miserável mundo meu que acredita que amanhã há sempre mais, mas que se desgasta frente às suas 12 polegadas. Tão somente porque a sede de planeta, de sonhos, da vida não se sacia de modo plano. E assim se esgota o mundo. E, na aridez, se esgota a sede e a vontade de beber. Porque, agarrada ao plano, não lembro o resto.