Avançar para o conteúdo principal

Espelho Meu, Espelho Meu, havera um Novo Mim para Alem deste Eu?


Eu quero pensar que sim. Quero sentir que sim, que me é possível ser um Novo Eu cada vez que as situações se alteram, cada vez que aquilo que existe para além de mim me exige uma nova Adaptação. Eu quero pensar que efectivamente existem tantos Eu's quantas vezes eu achar conveniente modelar a minha forma exterior de agir e desejar adaptá-la àquilo que por dentro Sou. Quero sentir que o Outro Mim (talvez o reflexo dum qualquer espelho especial) vem acima e respira esta mesma vida, mesmo quando não agradando a todos.Viver em consonância com o que realmente és implica mudança constante, ou pelo contrário exige inflexibilidade? Mudares de aparência revela Fraqueza? Inconsistência Psicológica? Ou Amor por ti e por aqueles que te aturam? Averiguas?

"Traíres-te a ti próprio para não traíres outras pessoas não deixa de ser uma traição. É a maior traição. Se estás a tentar evitar trair outras pessoas mas, nesse processo, tens de trair-te a ti próprio, estás igualmente a cometer uma traição. É apenas uma questão de quem estás a trair, e não de estares ou não a trair.No entanto, quando te trais a ti próprio, também trais as outras pessoas, porque o "tu" que elas julgam que tu és não é de forma alguma quem tu és. É um falso tu. Traíste-te a ti próprio e aos outros.William Shakespeare escreveu, na fala de Polónio de Hamlet: "Sê verdadeiro para ti próprio e, tão ceto como a noite segue o dia, não poderás ser falso para com nenhum Homem". Não te preocupes com "o grupo". O grupo vai passar. Chegará um dia em que simplesmente já não estará lá.No entanto, Tu nunca vais passar. Tu vais estar Contigo até ao fim dos tempos."

Apeteceu-me começar este blog com um texto algo especial para mim. Este post é quase literalmente igual àquele com que abri um outro blog.. e revejo-me nele..
Sobretudo porque deixa claro logo neste primeiro início que não sou mais do que aquilo que sou em cada instante. Libertem-me. Quero voar, para onde me apetecer, quando me apetecer. Tão somente porque me apetece. Tão somente porque toda a minha vida depende dum único instanto, d"O" instante.

Estarei deste lado, quando sentir que há algo a borulhar em mim, quando antever um momento sórdido de letras a surgir. Quando.. quando me apetecer...

Beijo para todos! ;)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O Primeiro Amor - Miguel Esteves Cardoso

É fácil saber se um amor é o primeiro amor ou não. Se admite que possa ser o primeiro, é porque não é, o primeiro amor só pode parecer o último amor. É o único amor, o máximo amor, o irrepetível e incrível e antes morrer que ter outro amor. Não há outro amor. O primeiro amor ocupa o amor todo. Miguel Esteves Cardoso – Os Meus Problemas (1988)

Avolia - Porque sonhar às vezes custa

Está mais do que visto, na minha vida, que este expôr e re-expôr que se deve fazer O QUE APETECE não é à medida do meu mundo. Estas últimas semanas de avolia foram o expoente disso. Há estadios intermédios nos quais o que apetece é o nada. E o nada, agora, não me leva onde eu quero. Quando me concentro com muita muita força, re-sinto como sendo meus aqueles projectos, sonhos, devaneios nos quais já não acreditava. Não acreditar. Não apetecer. Clinicamente, chamamos-lhes desesperança e avolia . Caracterizam, entre outros, o estado de não-querer-ser . Não-se-querer-conhecer-no-expoente-máximo . Mesmo havendo réstias do querer, não conseguir. É o não ver razões para. Então, aquilo que apetece fica-se pelo medíocre . E depois fica-se pelo nada . E ir atrás do que apetece é menos do que o óptimo. Por isso, nem tudo nem nada. Vejo, agora, que é importante haver planos e disciplina. Vejo, agora, que é importante manter-se efectivado a directivas a cumprir. Mesmo que não apeteça, houve um dia ...

Vontade de Morrer

Tenho vontade de morrer. Última vontade de desaparecer no mundo. Fusão com o Outro, que corre além de mim. Ser aquilo que sou em suspiro. Suspirar, e ser já, antes da prova, aquilo que sou. Vontade de morrer para, ultimamente, ser. Não ser arrastada ou obrigada ou limitada. Ser. Igual a mim, no infinito. Sem lágrimas, sem dor, sem sofrimentos. Ser. Com o Tudo de Tudo, no mundo do infinito sem igual. Morrer para ser.

Que nunca ninguém diga a outro que não é capaz!

"Que nunca ninguém diga a outro que não é capaz. Que nunca diga o que pode ou não pode fazer, do que é ou não é capaz. Ninguém sabe o que vai dentro das paredes, ninguém sabe o que corre nas artérias, a que velocidade, com que fúria, com que dor. Ninguém sabe nada senão de si mesmo, e muito bom é quando se sabe de si mesmo, quanto mais pensar saber dos outros. Impor limites ao seu semelhante é est ender-lhe dores e frustrações próprias, é projectar nos outros os nossos próprios receios, é achar que se eu não consigo, se eu tenho este problema, então também tu, por muito que queiras, os terás. Se eu não sou capaz, tu também não. Se a mim custa, a ti custará mil. Tristes profecias. Todas de desgraça. A experiência não é transmissível. Sabe quem vive. Sabe de si. A experiência dos outros é outra vida. Não é a nossa."

mais Amar e Servir

Jesus, será que a minha vida é orientada para Ti? Para mais Te amar e servir? Ao serviço de quem amo? Ao serviço da humanidade que acarinho? Aquilo que faço é para o meu ego, para o dinheiro, para a vida rica e com pouco trabalho? Ou aquilo que faço é orientado para Ti? Eu amo a vida. Eu amo sentir que estou Orientada para e por Ti. E perco-me. E sorrio no mundo leve e célere e pressionante e que quer sempre mais. Eu quero mais e mais. E não olho para quem sou. E a Ti regresso. Contigo me sento. A Ti entrego o meu dia. Para mais Te amar e servir.

Recomeça se puderes

Sísifo Recomeça... Se puderes Sem angústia E sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade. E, nunca saciado, Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar. Sempre a sonhar e vendo O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças... Miguel Torga  TORGA, M., Diário XIII.

Princípio e Fundamento. A Indiferença Inaciana.

“ O homem foi criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e assim salvar a sua alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o Homem, para que o ajudem a conseguir o fim para que é criado. Donde se segue que há de usar delas tanto quanto o ajudem a atingir o seu fim e há de privar-se delas tanto quanto dele o afastem.  Pelo que é necessário tornar-nos indiferentes a respeito de todas as coisas criadas em tudo aquilo que depende da escolha do nosso livre-arbítrio, e não lhe é proibido.” in Princípio e Fundamento, Santo Inácio de Loyola A indiferença Inaciana não convida ao desapego como finalidade, mas à direcção dos nossos apegos, conforme nos aproximam ou afastam de Deus. O que me inquieta? O que me traz paz?  O que identifico que vem do mundo? E o que vem de Deus?  O que me frustra? O que me realiza? O ser interior superficial é sempre mais ruidoso e exigente, está ao nível dos nossos desejos mais imediatos e qu...