Eu sei, não te conheço, mas existes.
Por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.
Eu sei, não digas nada, deixa-me nventar-te.
Não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
porque és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
em todas as palavras do meu canto.
Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
Tenho feito amor de muitas maneiras
docemente,
lentamente,
desesperadamente,
à tua procura, sempre à tua procura
até me dar conta que estás em mim, que é em mim que devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti
que eu amo.
Por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.
Eu sei, não digas nada, deixa-me nventar-te.
Não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
porque és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
em todas as palavras do meu canto.
Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
Tenho feito amor de muitas maneiras
docemente,
lentamente,
desesperadamente,
à tua procura, sempre à tua procura
até me dar conta que estás em mim, que é em mim que devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti
que eu amo.
Joaquim Pessoa, in «125 Poemas»
Donde vem tua frutidade, teu poder, tua existÊncia? Donde te surge a força de ver e de acreditar em quem s esente perdido? Donde me olhas quando eu não me consigo ver?
ResponderEliminarQuem és tu? Meu amor, quem és tu? De onde pairas? De onde surges?
Não sei s ete conheço, tu a quem eu pareço dar forças, tu a quem toda a força alimenta.
És doce. Certamente que me sinto doce e que me inventaria doce se estivesse ctg, seme oferecesse ao teu poder de criação.
Deixo que me inventes. Depois de eu me inventar.
Aquio que ainda há de mim, está bm cá dentro. Dentro de cada um daqueles cm quem me partilho. Espalhei-me pelo ar, pelo vento, pelo vazio, pelo difuso. Espalhei-me por entre todos, por entre tudo. Aqulo que existe, e aquilo que tive o poder de fazer existir.
Inventei-te tal como me inventas, num outro passado, enquanto me sentia, enquanto vivia no amor.
Desaguas em mim?
Sou um mar de vida, um mar d emorte, um mar de ser frio. Talvez a frieza pessoalizada. Talvez o estado de aquecimento trancado num gelo.
Talvez eu até seja somente alguém que procure amar. Que procure ser a não-solidão.
Só procuro avida. A vida que existe para mim. Que eu sei que inventas para mim, que ue sei q aceitas, tal como eu me aceito agora.
Um beijo. Para ti.