Para ti foi criado sobretudo um mundo de esperança. Quantos pensamentos são em vão, e quantos te trazem bonança? Lá fora chove, cá dentro aquece, enquanto o mundo corre, minha e tua esperança arrefece.
Não deixes nunca acabar aquele viver de alegria, que sem saberes te irá deixar esquecer toda a mágoa de um dia. Se um vento chuva traz, outro chuva leva. Quando tudo parece voltar atrás, sê tu quem a sorrir se atreve.
A alma dum Verão passado agora te traz agonia, nem sonhas quão bem seria se olhasses bem para o fundo da questão. A visão escurece, as memórias afastam-se; cuidado que é só ilusão só precisas de olhar aquilo que merece.
Notas lá no fundo que aquilo que é não passa, descobres depois dum segundo que tu, pela tua simplicidade e particular visão, também não passarás.
Caminha para cima que se faz tarde, não recuses sem olfacto aquilo que bom olfacto te traz. Sê quem tu és, oferece-te àquilo que procuras, entrega tua calma a todo aquele que se aventura.
Descobre em ti a audaz sedução que te leva ao fim do pesadelo idealizado, sente a forte paixão que te faz sentir realizado. Há mundos internos e pessoais por descobrir, ideais errantes para sentir.
Acorda para a real realidade e fica com o ser ele próprio. Atenção, limpa-te de falsos desejos e acorda da paixão sombria, sente aquilo que o vento te traz e caminha mesmo contra a ventania.
Vive cada sensação como um caminho a viver, descobre que o “senão” não existe e encontra o teu verdadeiro carinho.
Pressente um presente e acorda quando te apetecer, desenha o teu presente sentido o teu real viver.
Que nada te falte para caminhares erguido e que sintas quem te abraça não sentindo por nada afligido.
Desperta para o grande momento que sempre te cativou, adormece a cada segundo se nada ele te mostrar. Sente cada pulsação como uma verdade tua, descobre que ela é também minha sempre que te vou abraçar.
Se quiseres conhecer quem gentilmente te ama, desenha o teu perfil e sente-lhe a alma. Se lá no fundo vindo de dentro bem sabes o sabor da desilusão, só bem lá dentro saberás quem não te levará à solidão.
Quando acreditares na tua auto-salvação, no teu perdão de cada te “pecado” então te aliviarás desse sentimento para Ti demasiado pesado.
Enrola-te para não teres frio e quente permaneceres, aquece teus sentimentos, refresca tua cabeça. Persegue quem te vê até sua luz entenderes, quem é posto a teus pés sem sua missão conheceres?
Acorda do te sonho amarelo descobre em ti a incidência dum raio dourado em novelo.
Se quiseres descansar um propósito cansativo, vai, vai te deitar da paciência ao abrigo. Se à tua volta algo zumbir e não o quiseres aniquilar, sente a sua intenção, descobre sua morte sem ter de intervir. Cada pegada um rasto deixado para tu veres, olha para ele e segue este ele.
Se não vires um real cansaço e surgirem muitas perguntas, então surge tu também vinda da calmaria. “Boa noite, até outro dia”.
Prazer em te conhecer, tu que ninguém verdadeiramente conhece. O que passa, passa, mas ninguém por completo esquece.
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Um texto escrito há muito tempo. Que eu continuo a gostar, e tu também.
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