Lembrei-me, de repente, no carro, enquanto vinha de Salir, nesta noite de Natal, que me aflige muito deixar de confiar aos meus pais uma série de responsabilidades, ou seja, transferi-las para outra pessoa.
Se eu tivesse que escolher uma coisa que neste momento fulminasse o que sinto, seria, de longe, essa: o facto de eu colocar em alguém competências dos meus pais. E são coisas muito simples, como por exemplo, ser tapada à noite, ou descascarem-me fruta, ou ajudarem-me a vigiar as horas a que me deito. Para o bem e para o mal, os meus pais são isto para mim, este somar de pequenas coisas (que muitas vezes me agoniam). E agora voltam a agoniar-me.
Acho que a própria ideia base que me faz estar com alguém não encaixa
Sinto-me aborrecida com isto tudo. Dou por mim ansiosa porque sim e ansiosa porque não. Segundo os padrões deveria estar já a Sim, segundo padrões de outros deveria estar já a Não.
Enquanto te brindo com o meu silêncio (em vez de te assolar com teorias de Lénise) descubro o meu mundo, que tento camuflar. “Que muito se vive aí dentro”, é um facto.
Aborreço-me de tudo isto tremendamente, mas não sei o que desejar. Não tenho sonhos concretos que me entusiasmem para concretizar. Tenho sim. Eu ficaria muito grata e feliz por estudar. Isto sempre confiei aos meus pais, a supervisão dos estudos. E quando tu quiseste tomar as rédias de este capítulo, começou a ser o princípio do fim. Há assuntos que, apesar de só o ver agora, não os ofereço.
Este é um assunto concreto a concretizar. E tudo o resto que me mina?
Continuarei em oração.
..verborreia..
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