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Sinto-me com frio.
E sem calma. As horas sucedem-se como se de água se tratassem.
O tempo leva-me às marradas nos seus cornos.

Sei o que sinto, mas não sei bem como o descreva. É profundo, certamente que é profundo. Eu sou profunda, tão profunda quanto me deixas ser na tua vida. Porém, hoje sinto-me esvaziada. Como se me faltasse alguma coisa.

Mas não falta. Uma falácia, achar que se precisa de externo. Sinto algum medo, talvez daí sinto o frio. Sinto medo de olhar decentemente para aquilo que já fiz e me resta fazer.
Amanhã tenho frequência de Bioquímica fisiológica.
Adoro os conteúdos, mas já estou confusa. Sinto que já li tudo, demasiadas vezes. Mas por outro lado, cada vez que leio parece-me tudo tão novo que me desconcerta.

Acho que sofro do síndroma de falta de estudo crónico, daí que, quando por uma vez me dedico ao que gosto me sinta diferente. Não estou habituada. O que fazer?

Sinto-me insegura. Como se o que fiz chegasse, mas não me satisfizesse.
Agora que me dedico a pensar no que sinto, pela primeira vez neste meu dia, vejo que o que me falta é assumir o que sinto. Analisar o que me falta e ir dormir.

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