Tomar o tempo de dar de beber à alma. Novo alento. Recomeço.
É hora de virar a página. Fechar o livro. O livro que coloco na estante da memória. O livro de capa gasta, mas não muito. O livro que não tem mais páginas para ler, que já contou todas as suas letras.
Resta-me meditar sobre as entrelinhas.
Os personagens envolvem-se e revolvem-se sem vermos os detalhes particulares ou os meandros intrigados de si. Os mesmos personagens que em mim encarnaram e se fizerem presentes. Os personagens que me povoaram enquanto houve páginas.
Choro os meus beijos. Os que dei a mais. E os que poderia ter dado. Choro o meu ser que se envolveu no deslumbre de tal história. Que fez da história uma estante e uma vida, sem encadernar finitamente as memórias ou os tempos.
Choro o carinho que me deu de beber. Choro o carinho que me fez cega de amor, sem esperar finito desamor.
Entrego-me. Ao nada, ao vazio que substitui a leitura. Entrego-me ao tempo que me despe das cascas, das vitórias, das derrotas. Entrego-me à esperança que ainda não tenho de alcançar os sonhos que já tive.
Tenho os mesmos sonhos que tivera no livro. Sonho o mesmo que sonhava. Ou porque houve comunhão e fui realizada ao teu lado ou porque me substituiste a mim mesma. Ou apenas porque eu fui e sou eu.
Arrumei o livro sem me querer mudar, sem me querer encarar. Quis deixar tudo como estava. Mas, depois da leitura intensa, há sempre capítulos que se cravam e que não me deixam a mesma. Mesmo que eu queira não sentir, não fazer, ser tudo o antes, não consigo.
Apenas na ingenuidade da minha mente, no dissabor do meu coração.
Eu já não sou a Eu. Mesmo que me quisesse poupar à reflexão e à crítica.
Se eu quero colocar o livro na estante, devo (enquanto me imagino a esticar o braço e esquecer a dor) iniciar um novo livro. Talvez sem história. Um livro sem trama, sem lógica, sem frouxidão, aborrecimento ou presunções. Abro, então, o livro do "Tempo Comum - A Continuação".
Faço-me hoje uma mulher nova. E virgem. Como o livro de assuntos crónicos que vou construir.
É hora de virar a página. Fechar o livro. O livro que coloco na estante da memória. O livro de capa gasta, mas não muito. O livro que não tem mais páginas para ler, que já contou todas as suas letras.
Resta-me meditar sobre as entrelinhas.
Os personagens envolvem-se e revolvem-se sem vermos os detalhes particulares ou os meandros intrigados de si. Os mesmos personagens que em mim encarnaram e se fizerem presentes. Os personagens que me povoaram enquanto houve páginas.
Choro os meus beijos. Os que dei a mais. E os que poderia ter dado. Choro o meu ser que se envolveu no deslumbre de tal história. Que fez da história uma estante e uma vida, sem encadernar finitamente as memórias ou os tempos.
Choro o carinho que me deu de beber. Choro o carinho que me fez cega de amor, sem esperar finito desamor.
Entrego-me. Ao nada, ao vazio que substitui a leitura. Entrego-me ao tempo que me despe das cascas, das vitórias, das derrotas. Entrego-me à esperança que ainda não tenho de alcançar os sonhos que já tive.
Tenho os mesmos sonhos que tivera no livro. Sonho o mesmo que sonhava. Ou porque houve comunhão e fui realizada ao teu lado ou porque me substituiste a mim mesma. Ou apenas porque eu fui e sou eu.
Arrumei o livro sem me querer mudar, sem me querer encarar. Quis deixar tudo como estava. Mas, depois da leitura intensa, há sempre capítulos que se cravam e que não me deixam a mesma. Mesmo que eu queira não sentir, não fazer, ser tudo o antes, não consigo.
Apenas na ingenuidade da minha mente, no dissabor do meu coração.
Eu já não sou a Eu. Mesmo que me quisesse poupar à reflexão e à crítica.
Se eu quero colocar o livro na estante, devo (enquanto me imagino a esticar o braço e esquecer a dor) iniciar um novo livro. Talvez sem história. Um livro sem trama, sem lógica, sem frouxidão, aborrecimento ou presunções. Abro, então, o livro do "Tempo Comum - A Continuação".
Faço-me hoje uma mulher nova. E virgem. Como o livro de assuntos crónicos que vou construir.
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