Se eu pudesse escolher, deixar-me-ia aqui ficar. Escolheria amar sem ser amada, escolheria poder ver sem ser olhada, escolheria saber de tudo sem ser sabida.
Se eu pudesse escolher, haveria de sentir que consigo tudo a cada momento, haveria de sentir que dormir é também sinal de dedicação e que a minha companhia é tão benéfica como a minha ausência.
Se eu pudesse escolher, não te esconderias, não pensarias em mim, não derramarias nenhuma lágrima. Não haveria saudades ou esperança. Se eu pudesse escolher, estaríamos agora tão felizes como se sempre tivéssemos seguido os nossos impulsos.
Como o barco que sabe o seu caminho e apenas se cruza uma vez. Como os passadiços que não nos deixam voltar atrás de tão estreitos que são. Como o tempo que urge e que me sacode. Afinal, não me deixo morrer. Sinto os impulsos, os teus e os meus, sinto a paixão, a saudade, o carinho e a esperança.
Já disse que este ano comi 2baguinhos de uva na passagem de ano a pensar na esperança? Mesmo que tudo caia, meu bom Deus, que não me falte coração, que não me faltem vasos. Que não me falte o que a esperança nos oferece. Qualquer que seja o nosso tempo ou a nossa idade.
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