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Sexologia em meu nome - Anaïs Nin

1903 – 1977

Anaïs Nin foi uma autora franco-cubana que ficou famosa pela publicação dos seus diários, os quais abarcam mais de 60 anos de vida, começando quando tinha 11 anos de idade e acabando pouco antes da sua morte. Foi também particularmente notada pelos seus contos eróticos.


Nin é considerada por muitos críticos como uma das melhores escritoras de erotismo feminino. Foi uma das primeiras mulheres a verdadeiramente explorar a temática erótica e certamente a primeira mulher na Europa moderna a escrever e a publicar contos de natureza erótica. Antes de Nin, o erotismo escrito por mulheres era muito raro. Talvez por isso a sua escrita se baseie muito ainda no uso do vislumbre rápido da imagem ou numa pormenorização fotográfica de limites esbatidos quando tenta retratar a cena erótica. Nin quase que volta atrás nas correntes literárias para introduzir uma nova forma de impressionismo, agora com o objectivo de fazer nascer um erotismo feminino mais cru, mas ainda assim suave, servindo-se de momentos efémeros e fugazes para colmatar uma acção que, muitos supõem, transcende o próprio significado erótico.

"A tua beleza submerge-me, submerge o mais fundo de mim. E quando a tua beleza me queima, dissolvo-me como nunca, perante um homem, me dissolvera. De entre os homens eu era a diferente, era eu própria, mas em ti vejo a parte de mim que és tu. Sinto-te em mim. Sinto a minha própria voz tornar-se mais grave como se te tivesse bebido, como se cada parcela da nossa semelhança estivesse soldada pelo fogo e a fissura não fosse detectável."

In A casa do Incesto

De acordo com o Volume I dos seus diários, Nin revela ter tido o primeiro contacto com a literature erótica durante a adolescência, quando voltou para Paris. Ela e a família alugaram um apartamento onde se encontravam numerosos livros franceses com a temática erótica.

"Um por um, eu li aqueles livros, que eram para mim totalmente novos. Nunca tinha lido literatura erótica nas América… Eles transcenderam-me. Eu era inocente antes de os ler, mas depois de os ler todos não havia nada acerca de experiências sexuais que eu não soubesse…"

Nin foi amiga e, nalguns casos, amante, de muitas das mais proeminentes figuras literárias da altura, tais como Henry Miller, Antonin Artaud, Edmund Wilson, Gore Vidal, James Agee e Lawrence Durrell. O seu romance e amizade com Henry Miller influenciou-a fortemente tanto como mulher como como autora.

Certos rumores indicavam a bissexualidade de Nin, o que nunca foi confirmado. Contudo, nos seus diários não censurados, Nin afirma ter tido uma relação incestuosa com o pai e ter experimentado relações bissexuais.

Nin terá começado a escrever contos eróticos devido à sua pobre situação financeira. Ela e Miller, nos anos 40, terão começado a escrever, em jeito de brincadeira, alguns folhetins para um “coleccionador” anónimo que lhes pagava a 1 dólar por folha. Nin considerava as suas personagens como sendo caricaturas extremadas e nunca tinha tido intenção de ver os seus escritos publicados até em 1970 ter aceite a sua publicação sob a forma de dois livros, Delta de Vénus e Passarinhos.

O Anónimo

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