Apesar de o Kama Sutra não ser o tratado sobre sexo e práticas sexuais mais antigo de que há registo, é indubitavelmente o mais popular e conhecido, tendo sido considerado o texto paradigmático sobre sexo e relações sexuais.
O Kama Sutra foi escrito no norte da Índia, presumivelmente no século III, em sânscrito, a língua literária da antiga Índia. Pouco se sabe sobre o seu autor, exceptuando o seu nome, Vatsyayana, e algumas referências presentes no próprio texto.
De acordo com esta obra, a acção dos homens ganha pleno sentido quando está relacionada com algum dos fins que se acreditava serem os centrais nas suas vidas:
- Para se acomodar à lei sócio-religiosa;
- Para adquirir poder e riqueza;
- Para dar satisfação ao desejo de prazer sexual e à sensualidade;
- Para alcançar libertação.
Não sendo este documento histórico um manual da boa prática sexual segundo as crenças da época, ele contempla em algumas das suas partes um guia simplificado sobre como proceder, senão vejamos:
“Quem decidir cortejar directamente, a primeira coisa que tem que fazer é conhecer a mulher. Um homem pode encontrar-se com uma mulher de forma calculada ou espontÂnea. O encontro espontâneo tem lugar perto de casa. o calculado, perto de casa de um amigo, de um familiar, de um ministro ou de um médico (…) e noutras ocasiões parecidas.
Quando se produz o encontro, o homem deve olhar para ela fixamente, com expressão muito eloquente, alisar o cabelo, ranger as unhas, retorcer o lábio e coisas parecidas, insistindo em atitudes alusivas. (…)
Se a mulher tiver uma criança nos joelhos, mime-a dando-lhe brinquedos ou tirando-lhos. Com isto consegue aproximar-se dela e arrancar uma conversa. estabelecida uma amizade, estabelecida uma amizade com alguém que pode falar com ela quando quer, já tem uma desculpa para a visitar. (…)
Na casa onde cortejar uma mulher, um amante não deve dirigir as suas atenções a outra. (…)
Um homem quando começa a cortejar, tem que examinar o comportamento da mulher, e assim perceberá qual é a sua disposição de espírito. Se ela não esconder as suas intenções, conquiste-a, enviando uma alcoviteira.”
Quando se produz o encontro, o homem deve olhar para ela fixamente, com expressão muito eloquente, alisar o cabelo, ranger as unhas, retorcer o lábio e coisas parecidas, insistindo em atitudes alusivas. (…)
Se a mulher tiver uma criança nos joelhos, mime-a dando-lhe brinquedos ou tirando-lhos. Com isto consegue aproximar-se dela e arrancar uma conversa. estabelecida uma amizade, estabelecida uma amizade com alguém que pode falar com ela quando quer, já tem uma desculpa para a visitar. (…)
Na casa onde cortejar uma mulher, um amante não deve dirigir as suas atenções a outra. (…)
Um homem quando começa a cortejar, tem que examinar o comportamento da mulher, e assim perceberá qual é a sua disposição de espírito. Se ela não esconder as suas intenções, conquiste-a, enviando uma alcoviteira.”
Embora milenares, muitos destes comentários continuam enraizados na cultura ocidental actual. Nem sempre são seguidos, mas são aceites como estereótipos de boas práticas, embora ligeiramente mais promíscuos do que aquilo que se espera de “boa gente”.
Sabendo-se que as mentalidades quanto à prática sexual muito se alteraram nos últimos anos, a maior parte dos conceitos aproximaram-se a esta promiscuidade, promovida como forma de dar satisfação ao desejo de prazer sexual e sensualidade, muito daquilo que se escreve e se ilustra no Kama Sutra ainda é vergonhoso e ultrajante ser assumido publicamente. No entanto, como se pretende exemplificar na 2ªparte do trabalho, o anonimato e o pseudismo possibilitam que se assuma isso publicamente na blogosphera.
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