Bem. Eu, que sempre fui de psiquiatrices e de compreensões do aquém e do além da psique dos outros, devo dizer, antes de mais, que não suporto aquilo. Que estudar daquilo me faz olhar para as doentes que tenho que descrever com um olhar muito macabro.
Ponho-me a pensar "Como raio é possível??"
Uma das doentes é delirante. Tem ideias completamente loucas, sem base nenhuma na realidade. Chama-se a isto alucinações. Alucinações tácteis, alucinações visuais, alucinações auditivas, alucinações olfactivas. A mulher tem um delírio organizado, como se se tratasse da vida tão real como a nossa. Aquilo choca-me.
A outra doente tem uma depressão distímica. Um tipo de depressão que dura a vida inteira. Imaginem, eu tento um exercício, "Tente dizer-me períodos em que esteve triste e períodos em que esteve feliz" "Como? Não percebi." (...) "... Hum. Não sei, isso é muito difícil." A senhora nunca esteve feliz. A senhora NUNCA sentiu felicidade a durar na vida dela por uns quantos anos.
Fico afectada. E se eu tivesse tido disso??
Quão longe estamos nós de, a um qualquer momento, começarmos a delirar completamente? Ou deixarmos de conseguir sentir contentamento com as coisas normais e bem sucedidas da vidas? E o oposto, estarmos completamente satisfeitos, porque é que isso também é patologia psiquiátrica?
Eu podia até gostar de Psiquistria. Mas faço aquilo que a minha professora tanto ralhou connosco "Estas são pessoas doentes, não se deve entrar na loucura delas. Devemos obter informações para diagnosticar e para tratar. Não devemos compreender, não tem compreensão."
E fico afectada. E se eu chumbar, não será por não gostar disto desde sempre, nem por ter lido livros de psicopatologia desde sempre. Será porque sou muito sensível. E fico afectada.
Ponho-me a pensar "Como raio é possível??"
Uma das doentes é delirante. Tem ideias completamente loucas, sem base nenhuma na realidade. Chama-se a isto alucinações. Alucinações tácteis, alucinações visuais, alucinações auditivas, alucinações olfactivas. A mulher tem um delírio organizado, como se se tratasse da vida tão real como a nossa. Aquilo choca-me.
A outra doente tem uma depressão distímica. Um tipo de depressão que dura a vida inteira. Imaginem, eu tento um exercício, "Tente dizer-me períodos em que esteve triste e períodos em que esteve feliz" "Como? Não percebi." (...) "... Hum. Não sei, isso é muito difícil." A senhora nunca esteve feliz. A senhora NUNCA sentiu felicidade a durar na vida dela por uns quantos anos.
Fico afectada. E se eu tivesse tido disso??
Quão longe estamos nós de, a um qualquer momento, começarmos a delirar completamente? Ou deixarmos de conseguir sentir contentamento com as coisas normais e bem sucedidas da vidas? E o oposto, estarmos completamente satisfeitos, porque é que isso também é patologia psiquiátrica?
Eu podia até gostar de Psiquistria. Mas faço aquilo que a minha professora tanto ralhou connosco "Estas são pessoas doentes, não se deve entrar na loucura delas. Devemos obter informações para diagnosticar e para tratar. Não devemos compreender, não tem compreensão."
E fico afectada. E se eu chumbar, não será por não gostar disto desde sempre, nem por ter lido livros de psicopatologia desde sempre. Será porque sou muito sensível. E fico afectada.
"...Não devemos compreender, não tem compreensão."
ResponderEliminarTu concordas com isso? Soa a dogma católico romano apostólico...
Tratar? As doenças psiquiátricas tem "tratamento" no verdadeiro sentido da palavra. Alguém já "tratou" uma esquizofrenia?
Lamento...mas não posso concordar com a tua assistente...
Antes de qualquer intervenção tem de haver uma compreensão...Se não se tentasse "compreender" ainda estaríamos a considerar pacientes psiquiátricos como bruxas e afins...
Trata-se dum pensamento muito parecido ao da "santa" Inquisição..."Não compreendas...apenas trata deles"...;)
"...Não devemos compreender, não tem compreensão."
ResponderEliminarTu concordas com isso? Soa a dogma católico romano apostólico...
Tratar? As doenças psiquiátricas têm "tratamento" no verdadeiro sentido da palavra. Alguém já "tratou" uma esquizofrenia?
Lamento...mas não posso concordar com a tua assistente...
Antes de qualquer intervenção tem de haver uma compreensão...Se não se tentasse "compreender" ainda estaríamos a considerar pacientes psiquiátricos como bruxas e afins...
Trata-se dum pensamento muito parecido ao da "santa" Inquisição..."Não compreendas...apenas trata deles"...;)
Tu! Tu estás claramente de férias! Pensar tanto deve fazer mal.
ResponderEliminarJá estou acordada há 34h.
Não consigo discordar de ti; o que não signifique que concorde. Mas pronto, eu não estou de férias... =P