Eu gosto disto. Mesmo. De verdade.
Fazer e apresentar Histórias Clínicas é submeter-se ao julgamento crítico e parcial de alguém com mais conhecimento científico, técnico e pragmático do que nós. E lutarmos por nos defendermos.
É termos oportunidade de nos preparmos em casa para lutar. É ter a oportunidade de pegar em algo caótico e desorganizado, descrito segundo o grau de mutilação que potencia na vida de alguém e passarmos a descrevê-lo sequencial e organizadamente.
Fazer uma boa história clínica é saber colocar-se no centro dela mesmo e emparelhar-se com a Ciência de que somos detentores (que minúscula que eu me sinto!) e conseguir-se alinhar TUDO o que resultou de uma conversa.
Isto dá trabalho. Isto é o meu trabalho. Mas quando entro nele, eu gosto.
Ó Deus, como eu gosto de ver e de sentir, no final, tudo alinhado compreensivelmente!
God...hell no...
ResponderEliminarE o paciente no meio disso tudo?
Quem medica e trata da paciente é o médico. Neste caso concreto, são os seus alunos do 6ºAno,ao cuidado da Interna do 4ºAno de especialidade. Ambos os alunos, em graus dísparos de formação é que vêem, interpretam e agem sobre a história da doença do doente.
ResponderEliminarNós, alunos de Medicina, somos apenas convidados a limar o nosso raciocínio científico, de acordo com as nossas maiores ou menores aptências, vontades e compreensões do próprio doente.
Eu, pessoalmente, vivo tudo isto como uma conversa com ele (que aprendi a viver de acordo com a vivência que me foi passada de tutor-aluno). Há quem, à minha frente e às vezes por cima de mim, torne tudo isto numa entrevista do tipo "sim" "não", esquecendo o prazer que o doente poderia obter com tudo aquilo.
Ele pode gostar de partilhar, dependendo de como o entrevistamos.
Nada do que eu pense, faça ou diga na minha história clínica interfere naquilo que o aluno do 6ºAno ou que a interna fizeram ao doente. Até porque eu a entrevistei na 2ª e na 4ªfeira, ela teve alta na 5ª e eu comecei a "alinhar" a sua história da doença actual no Sábado!
Todo o meu post era sobre a HISTÓRIA CLÍNICA (momento em que escrevemos alinhadamente, tipo relatório, no computador ou no papel aquilo que existe no doente), apesar de eu aqui ter estado a debruçar-me sobre a entrevista clínica (momento em que estamos com o doente) para responder ao comentário anterior.
A doente.
A doente fica onde no meio disto tudo?
A doente é cuidada por uns. E procuro apenas que se divirta e que me ajude no meu trabalho e na minha aprendizagem, por isso me chamo de bébé-médica, porque aprendo como um bébé, passo-a-passo, a ser médica.
Paciente é um termo que não se usa em Português.
ResponderEliminarTens razão...é doente...estes anglicanismos entram no nosso léxico quase por osmose.
ResponderEliminarO que queria dizer é que muitas vezes são as histórias clínicas bem feitas que chamam à atenção para algo ainda não observado pelos médicos/internos , etc
Acho que o exercício da Historia Clínica por um aluno de 4º ano pode não ser apenas um acto de "jornalismo" mas sim mais um elo da engrenagem que pode realmente fazer a diferença...
Sim...somos alunos mas podemos sempre ter espírito crítico. Ninguém sabe tudo nesta vida e nesta profissão.
Em suma, apesar de se estar a fazer uma história clínica já feita por alguém com mais experiência e conhecimentos teóricos podemos estar efectivamente a cuidar do paciente.
Qualquer dia falamos de várias situações encontradas por alunos de 4º ano que antes não tinham sido averiguadas por ninguém (EAM's, AVC's, Hipertensões Malignas, etc);)
PS- Não sei que site te dei há uns tempos mas acho que este funciona
http://www.tvokay.com/tv/scrubs.htm