Por estes dias, em que penso muito e concretizo pouco (não estivesse eu moralmente entregue a uma cadeira, uma secretária e kilos de fotocópias (mais por ler do que lidas), vem-me muito sentimento e muito conhecimento pela música.
Toco em pormenores da minha vida, como ainda não o havia feito, sentindo o pleno das letras das músicas. Este filme não presta. A personagem principal, uma loura tonta, morre, subitamente. E o filme é sobre o luto e o drama, na onda de um musical. Ao estilo de filme francês (que eu adoro). Um filme que me faz pensar, mais uma vez, nos meus conceitos flutuantes sobre a sexualidade, sobre a verdade da liberdade de partilhar a sua vida, o seu tempo, o seu sentimento. "Faz o bem, não olhes a quem." Permitir (e sim! é uma coisa consciente! temos que autorizar) ser abraçado com carinho por quem nos quer bem, por vezes com o sentimento de que não se merece.
Esta música é o que é. A menina que morreu pergunta ao menino namorado de muitos anos porque é que só agora ele a vem visitar (ao cemitério, entenda-se). Esta relação já terminou há muito tempo, mais ainda sobra muito por (...). É o tempo que abraça, que apaga, que dilui. Muitas vezes que substitui por construções maiores.
Pourquoi viens-tu si tard?
Volto tarde às memórias à medida que vou perdoando. Regresso tardiamente à tua presença à medida que se vai dissolvendo. A mágoa. A tristeza. A pena do abandono, do mal-trato.
Pourquoi viens-tu si tard?
Volto agora porque consigo falar sobre aquilo que vivi e que não ficou curado. Regresso, qual ilusionista que tira os trapos sem fim de dentro da mão, porque a verdade do que vivemos agora se faz mais clara. Agora que há mais por onde compara, por onde compreender. Agora que amadureci os conceitos, as experiências. Regresso, si tard, mas regresso eu. Tão mais eu do que estava a ser. Chegara a nossa hora.
E preciso de la seconde mort.
Aime-moi moin, mais aime moi longtemps, é o pedido que impera no seu coração, agora muito alegre, trés gai poder-se-ia dizer.
No meu?
No meu ainda não há coragem de pedidos. Construir-me a mim. Amar-me a mim. Amar aos outros. Dizia-me Feist, ao ouvido, no outro dia, "There's a limit to your love (...) There's no limit to my love". Concordo. Não sei mais pedir nada a ninguém. Errei quando achei que o podia fazer. Ou há ou não. O amor não se oferece, não brota como resposta a pedidos. O bem estar conjunto ou existe ou não.
Visito-te, si tard, mas visito-te.
Si tard
Pourquoi viens tu si tard ?
Je ne t'attendais plus
J'avais cessé d'y croire,
Tiré un trait dessus.
Pourquoi viens tu si tard ?
Qu'est-ce qui t'amènes ici ?
Quelle cruauté bizarre
Cette soudaine envie
Pourquoi viens tu si tard ?
Ta mère t'as rien appris
On arrive pas si tard
Chez ceux qui vous convie
Sans fleurs à la rigueur
Mais la vraie politesse,
C'est d'arriver à l'heure
Lorsque le temps nous presse.
Pourquoi viens tu si tard ?
Quand tout est accompli
Et que de tracs à part,
Me placent dans ton lit
Pourquoi viens tu si tard ?
Tu n'as aucune excuse,
Pas le moindre bobard,
La plus petite ruse.
Pourquoi viens tu si tard ?
Je ne peux ce que tu veux
Ta bouche pleine d'histoire
D'avenirs lumineux
Oh il n'est pas si tard
Mon ange, quelle idiotie
Si tu pouvais te voir
N'avons nous pas grandi
Toco em pormenores da minha vida, como ainda não o havia feito, sentindo o pleno das letras das músicas. Este filme não presta. A personagem principal, uma loura tonta, morre, subitamente. E o filme é sobre o luto e o drama, na onda de um musical. Ao estilo de filme francês (que eu adoro). Um filme que me faz pensar, mais uma vez, nos meus conceitos flutuantes sobre a sexualidade, sobre a verdade da liberdade de partilhar a sua vida, o seu tempo, o seu sentimento. "Faz o bem, não olhes a quem." Permitir (e sim! é uma coisa consciente! temos que autorizar) ser abraçado com carinho por quem nos quer bem, por vezes com o sentimento de que não se merece.
Esta música é o que é. A menina que morreu pergunta ao menino namorado de muitos anos porque é que só agora ele a vem visitar (ao cemitério, entenda-se). Esta relação já terminou há muito tempo, mais ainda sobra muito por (...). É o tempo que abraça, que apaga, que dilui. Muitas vezes que substitui por construções maiores.
Pourquoi viens-tu si tard?
Volto tarde às memórias à medida que vou perdoando. Regresso tardiamente à tua presença à medida que se vai dissolvendo. A mágoa. A tristeza. A pena do abandono, do mal-trato.
Pourquoi viens-tu si tard?
Volto agora porque consigo falar sobre aquilo que vivi e que não ficou curado. Regresso, qual ilusionista que tira os trapos sem fim de dentro da mão, porque a verdade do que vivemos agora se faz mais clara. Agora que há mais por onde compara, por onde compreender. Agora que amadureci os conceitos, as experiências. Regresso, si tard, mas regresso eu. Tão mais eu do que estava a ser. Chegara a nossa hora.
E preciso de la seconde mort.
Aime-moi moin, mais aime moi longtemps, é o pedido que impera no seu coração, agora muito alegre, trés gai poder-se-ia dizer.
No meu?
No meu ainda não há coragem de pedidos. Construir-me a mim. Amar-me a mim. Amar aos outros. Dizia-me Feist, ao ouvido, no outro dia, "There's a limit to your love (...) There's no limit to my love". Concordo. Não sei mais pedir nada a ninguém. Errei quando achei que o podia fazer. Ou há ou não. O amor não se oferece, não brota como resposta a pedidos. O bem estar conjunto ou existe ou não.
Visito-te, si tard, mas visito-te.
Si tard
Pourquoi viens tu si tard ?
Je ne t'attendais plus
J'avais cessé d'y croire,
Tiré un trait dessus.
Pourquoi viens tu si tard ?
Qu'est-ce qui t'amènes ici ?
Quelle cruauté bizarre
Cette soudaine envie
Pourquoi viens tu si tard ?
Ta mère t'as rien appris
On arrive pas si tard
Chez ceux qui vous convie
Sans fleurs à la rigueur
Mais la vraie politesse,
C'est d'arriver à l'heure
Lorsque le temps nous presse.
Pourquoi viens tu si tard ?
Quand tout est accompli
Et que de tracs à part,
Me placent dans ton lit
Pourquoi viens tu si tard ?
Tu n'as aucune excuse,
Pas le moindre bobard,
La plus petite ruse.
Pourquoi viens tu si tard ?
Je ne peux ce que tu veux
Ta bouche pleine d'histoire
D'avenirs lumineux
Oh il n'est pas si tard
Mon ange, quelle idiotie
Si tu pouvais te voir
N'avons nous pas grandi
Quilos de informações em papel... quem os não carrega...?
ResponderEliminarA música deve sempre contar uma história :)
Beijinhos