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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2010

Ser fiel a quem não se conhece

E sim, fico triste. Outros tratam-me com o mesmo respeito com que eu me trato. E é assim a vida. E há algumas coisas que sei que não vão ser mais como eram. E essa é uma delas. Quando assumimos um compromisso, fixamo-nos nele. Na minha cabeça não há traições, não há deslizes ou atracções com grande química. Sou fiel, até a quem não conheço. Mesmo que tu não o sejas.
Eu gosto de andar, caminhar, sozinha. Escolher os passos, sozinha, na oração. Compreender o fundamento mais profundo e mais natural ao meu modo de ser. Aquelas coisas que nem só pelo pensamento se chega lá. E procuro-Te para isso. Procuro a Deus para isso. Acalmo os passos, acalmo o andar, os pensamentos, a falsa urgência do falso trabalho, a falsa pressão da falsa necessidade e compreendo-me. No mundo onde a minha alma existe, aquele mundo para onde o meu meu corpo não está a chegar, a saciedade, a paz, a alegria vem com outra urgência. E com outra compreensão. Aquilo que é útil tem outra cara e outro corpo. Aquilo que é útil não se esconde com intenções, com planinhos que não se pode contar. No mundo da minha alma, a sinceridade, a verdade, o não-secretismo existem acima de tudo o mais. Qualquer outro objectivo que os esconda é menos-objectivo e menos-válido e menos-necessário. Qualquer sítio onde o meu corpo queira chegar e para o qual use disso não lhe faz proveito. Um bocadinho co...

Aceitar o contributo dos outros

Como um festim, sozinha, à mesa. Aceitar o contributo dos outros para o meu festim, mesmo que medíocre ou irregular. Não me sentir sozinha é aceitar. Não me sentir sozinha é não exigir o impensável. Simples como a pomba, astuta como a raposa. E tenho o direito ao choro, às lágrimas. E a depender dos abraços. Sou humana, sou sensível. A minha verdade é também pelo sentimento. E a tua verdade? É a tua verdade que falta ao meu festim. A tua verdade podre, medíocre e sem sentimento. Mas... os festins são actos sociais. Para quê ter o melhor do meu mundo, da minha vida, a pensar em ti , se a tua verdade não existe?

O concreto

Sinto-me cheia de vazio. Ideias em reboliço grandinho. Vamos correr ao monte, descer com vontade, subir em rompante. Correr sem pressa, sem parar, com certezas. Eu vou. Eu estou. Eu sou. Em certeza, sem medos, com tudo o que poderia antever de mim. Isto é aquilo que decorre de mim, igual a mim, desde mim. Eu vou-me, eu sou-me, eu estou-me e sei disso. E tenho isso, com todo o poder que imagino e que já conheço. Não há cair de cadeiras. Não haja marquesas. Haja sims e nãos e saber-se, de facto, a vida concreta.