Sonho, e deixo-me envolver pelo vento. No suspiro deste instante.
A tristeza que foi, que é, que existe. Ondulante. Cambaleio. Duvido. Levanto-me ou desfaleço?
A tristeza que transportamos, até a encararmos, transporta-nos.
Como o vento.
Até a encararmos, não sabemos quem é. Ou do que se trata. Não conseguimos actuar sobre ela.
Até querermos. Até podermos. Até termos equilíbrio emocional, estofo social e vontade.
Vontade que traz vontade. Estofo que traz estofo. Equilíbrio que traz equilíbrio.
Até tudo estar perfeitamente reunido do lado fora de nós mesmos, aguardamos. Transportados pelo vento. Reféns das suas forças, dos seus poderes. Reféns de nós mesmos. Reféns das falsas necessidades que assuminos. Que prioritizamos.
E para essa vossa tristeza não tenho solução, não tenho conselhos, não tenho palavras.
Não tenho senão a minha vida.
Dizer-vos, com amor, que estou aqui. Que olho por vocês. Que vos deixo cair em tristeza, mas não demasiado. Que vos quero bem e vos amparo, se me olharem e me aceitarem.
Até lá, voamos com o vento, reféns do mundo oculto ao qual não descemos.
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