Estar aqui nesta realidade e ter que enfrentar, idealizar, melhorar uma outra realidade, muito próxima, mas que se desconhece. É assustador. Sei como vai ser a nova vida, na teoria, mas nao sei se tenho coragem de idealizar como vai ser na realidade. Ter que enfrentar os medos que tenho. Sonhar, idealizar, mellhorar. Sem a conhecer. Planear e decidir.
Sao seis meseses deste futuro próximo. O que pretendo descobrir dos outros neste tempo? Que tipo de pessoas quero encontrar, derreter-me com? Quem quero conhecer melhor? É um tempo para mim? Ou um tempo para os receber dos outros?
Perante o que sinto, acho que preferia receber dos outros. Acho que preferia conhecer pessoas, sentir delas prazer. Há tanto tempo que nao me delicio nisso. Seria encantandor, nao? No concreto da minha realidade, conheci dos outros quando senti que eu mesma nao era capaz de trazer para o mundo dádivas e, entao, recebia dos outros. Conhecer os outros, permitir que eles escolham e que eles vivam comigo um mundo conjunto é muito mais quando assumo que nao consigo, que nao posso, que nao sou. Na minha carencia e na minha fragilidade fico mais disponivel para sentir, para receber, para permitir que penetrem e adulterem as minhas certezas. No equilibrio, comando e sei para onde me dirijo. Decido e nao permito que se interponham.
Será que devo viver dificuldade para saber e para sentir as belezas e as dádivas de outros para o meu mundo? Apenas quando me baixo e em dificuldade existo sinto o abraço dos outros? O que é preciso existir em mim para sentir que sou acarinhada pelos outros? Para sentir que sou apoiada pelos outros?
Para este meu tempo, quero sentir bondade. Sentirei bondade quando eu for bondosa? Ou quando eu precisar de bondade? Durante este tempo, vou conhecer seres de amor e de luz. Seres de sinceridade, de amizade, de cuidado e de preocupaçao. Para este meu tempo vou sentir companhia e carinho. É na proximidade reciproca que vamos existir. Eu e o mundo que me rodeia. O mundo que me rodeia, mas que ainda nao conheço. O mundo que só existe na minha imaginaçao.
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