O que espera daqui? Porque é que perante a solidão é aqui que te refugias e que procuras apoio? Se o podias encontrar em tantos outros sítios? Um mundo aberto e desejoso de te ouvir e de te sentir com as aramas baixas. E tu escolhes a muralha impenetrável, a robustez alheada, a frivolidade frígida para te enviar uma migalha de atenção. É sabido que depois da migalha de atenção que reclamaste vem a solidão e o sofrimento maior ainda.
O que procuras sentir quando pedes atenção? Queres atenção? Puramente atenção? Alguém que pare o que está a fazer e conceda atenção? Sem emoção, sem querer nada para a tua vida? Então é isso que obtens.
Ou podes queres mais quando pedes atenção. Podes optar por pedir compreensão. Por pedir espaço para existires como és, como um ser sofredor, que luta contra as injustiças e pela plenitude das suas almas-irmãs. Podes optar por pedir carinho. Que te seja dado sentir que te querem por perto, que querem ser próximos de ti. Próximos daquilo que sentes e daquilo que te faz sorrir ou chorar. Há quem queira essa simplicidade na vida, sem nada mais associado. Podes enviar mensagens a qualquer uma destas pessoas. E irás receber algo inesperado. Diferente da migalha de interrupção da vida rotinada do outro. Se te entregares livremente ao desconhecido, podem daí advir coisas surpreendentes. Tal como pode advir o mesmo sofrimento e a mesma mutilação de sempre. Não há como prever o desfecho. Mas podes prever o sentimento que nutres. A esperança que nutres. Podes escolher-te, independentemente da resposta que o Universo te conceder.
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