O meu Deus é toda a energia do mundo e toda a energia que não conseguimos imaginar.
O meu Deus é o impulso de sonho que intercala com a dura realidade. O meu Deus é o sonho, que me preenche, que me alegra, que me oferta.
O meu Deus é não sentir nada às vezes. É agarrar-se às crenças que já tive e que já soube estarem muito adequadas.
O meu Deus é ter medo, e ao mesmo tempo não ter.
O meu Deus não se importa com o que eu faço ou com o que eu sofro, é escolha minha. Mas quando olho, de baixo, para ele, dá-me a conhecer o novo caminho que sou livre de, agora, escolher.
O meu Deus oferece-me tudo e oferece-me poder não escolher.
O meu Deus diz-me, baixinho, que o pior castigo que existe é aquele que eu me ofereço a mim própria. O meu Deus explica-me que o pior castigo que eu vou conhecer é estar afastada dele, é não me sentir em comunhão com a Vida, com a Alma, com a Estrada.
O meu Deus não é mais bom que mau, não é mais fácil que difícil, não é mais alegria que tristeza. Porque eu não escolho que o meu caminho seja a régua de avaliação. A minha existência existe partilhada com aquela de todas as outras almas. A régua de avaliar é a importância da minha vida no contexto global. A régua de avaliar é aquilo que sou, que me torno, que abano, que desperto, que movo em todos os outros. Não percebo sempre, não sei sempre, não aceito sempre ser ao lado do esperado segundo os valores do mundo para seguir o rumo de Deus. É difícil seguir instintos, chamamentos, vocações, provações, sabendo que vão contra leis e esperanças do mundo e sabendo que vão a favor da esperança de Deus.
Mas se para Deus queremos ir, se para Deus nos colocamos a caminho, então, de Deus vem aquilo que precisamos e nada faltará a isso. Um compromisso de vida, podíamos ficar sem a matéria-prima necessária para o assumir?
Sou pobre. Sou fraca. Sou pouco. E por isso muita vez digo que não. Agarro-me a não querer perder este pouco que já tenho e recuso avançar e abrir mão disso. E fico longe. Fico longe de mim. Fico longe do rumo. E castigo-me. E recuso-me a ir de volta. Porque eu mesma não perdoo ver e saber tudo isto e preferir permanecer no medíocre do que lançar-me no desconhecido, ainda que possa vir a receber maravilhas. E às vezes escolho isto para mim, e outras vezes escolho outras coisas para mim. Outras coisas mais parecidas com o Deus que imagino, a viver a minha vida. Existir no mundo, em sintonia com Deus. Ser Deus no mundo. "Vive no mundo, mas não sejas dele." O meu Deus. O meu Deus. Hoje, onde está o meu Deus?
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