Eu não tenho pressa de morrer. Talvez por isso também não tenha pressa de viver.
Não ocupo o tempo, deixo-me mover pela vida. Agora que já estou habituada à dureza deste estágio e deste tempo ocupado não tenho nenhum objectivo concreto que me puxe.
Depois de viver cheia de afazeres e de quasi-sofrimento, desce o coração, disponível, ao meu colo. E fico-me, quietificada.
O primeiro sentimento trazido por este espaço para existir como indivíduo não é de paz, não é de alegria, é de vazio. O coração e a Vida estão vazios.
Não sei bem, logo à primeira vista, que objectivos de vida tenho a curto prazo. Não sei o que fazer com o tempo livre e com o coração aberto à vida, aos outros, ou a mim.
Depois de movimentações e de se procurarem equilíbrios entre aquilo que o mundo exige e o nível onde conseguimos responder-lhes, vem o espaço em aberto.
Aberto, apresento o meu coração a Deus.
Finalmente vem a humildade de o deixar olhar e falar na minha linguagem.
Finalmente, quando acho que já controlo a vida, quero o meu coração junto a Deus.
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