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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2011
Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio; Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca; Porque metade de mim é o que eu grito, Mas a outra metade é silêncio... Que a música que eu ouço ao longe Seja linda, ainda que tristeza; Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante; Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade... Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece E nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta A um homem inundado de sentimentos; Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo... Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço; E que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada; Porque metade de mim é o que penso Mas a outra metade é um vulcão... Que o medo da solidão se afaste E que o convívio comigo mesmo Se torne ao menos suportável; Que o espelho reflita em meu rosto Um doce sorri...

Agarro-me a ti, Jesus

Jesus, agarro-me a ti. Quando o chão foge e não sei mais de onde vem o vento. Agarro-me a ti. Na procura. Sinto-me perdida. O trabalho não chega, o trabalho não existe. O trabalho não preenche. O meu rumo natural é outro. E contrario-o. Em tempo de tempestade não se mudam rumos. Só em tempo de consciência. Não é o mais fácil que quero que me ofereças, Jesus. Quero sentir-te em mim, dilacerada pela consciência, pelo amor, pelo perdão. Quero estar menos, mas melhor. E na maior parte das vezes tenho e sou. E hoje?

A curiosidade

Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Eu não sirvo para afagar os egos. Que a curiosidade que te sacio não seja para saberes que és muito correcto e muito adequado. Que a curiosidade que alimento não sirva de reforço àquilo que fazes. A curiosidade é a emoção humana de querer mais, pelo prazer da descoberta. Que bom que é! Poder dar a entender, dar a ver novos mundos, novas percepções. Mas não uses aquilo que vás conhecendo de novo apenas para contrapor àquilo que fazes e àquilo que és e sentir, ainda mais, "que bom que eu sou". A curiosidade, pura, dá-te a saber que há outros mundos. Porque se haveria de matar isso? Mas a curiosidade de mim, tão rica, vivaz e complexa, tão sentida, sincera e desconcertante, não ...

Veni Sancte Spiritus

COME, Thou holy Paraclete, and from thy celestial seat send thy light and brilliancy: Father of the poor, draw near; giver of all gifts, be here; come, the soul's true radiancy. Come, of comforters the best, of the soul the sweetest guest, come in toil refreshingly. Thou in labor rest most sweet, thou art shadow from the heat, comfort in adversity. O thou Light, most pure and blest, shine within the inmost breast of thy faithful company. Where thou art not, man hath nought; every holy deed and thought comes from thy Divinity. What is soilèd, makes thou pure; what is wounded, work its cure; what is parcèd, fructify. What is rigid, gently bend; what is frozen, warmly tend; strengthen what goes erringly. Fill thy faithful who confide in thy power to guard and guide, with thy sevenfold mystery. Here thy grace and virtue send; grant salvation in the end, and in heaven felicity. Amen. Alleluia. Words: Latin, thirteenth century; trans. John Mason Neale

Vacas do mesmo pasto

Não há dúvida de que este incómodo é causado pela frieza com que me tratam no meu emprego. Se por um lado recebo carinho dos meus pares, os superiores são superiores em tudo. Até na mesquinhez. Propõem-me esta semana que medite sobre compaixão em vez de competição. Que medite sobre o facto de o outro ser em tudo semelhante a mim, na sua fraqueza e na sua mesquinhez. Hoje, na minha dor e na minha angústia, procuro em sinceridade sentir os momentos de mesquinhez que tenho e que tive. E é libertador. Colocar aquelas vacas no mesmo pasto que eu. Comer do mesmo que elas. Leva-me a compreender, pela comparação e pelas semelhanças, aquilo que elas poderão estar a sentir quando fazem o que fazem ou dizem o que dizem. De longe, o que menos gosto é a maneira como olham. Dão vontade de não se existir sequer. Se eu o fiz a alguém, se alguém o sentiu vindo de mim, foi sem querer. Eu estava ocupada no meu mundo. Elas certamente que o estão também. Procuro libertação. Transportar ansiedade não é ag...

A paixão

A primeira fase da relação, a primeira fase da paixão não é um correr atrás do outro. É um verdadeiro correr atrás de si próprio. É o verdadeiro decidir-se quem se é e daquilo que se gosta. A primeiríssima fase passa por se sentir perfeito com aquela pessoa. No início, não escolhemos o outro por aquilo que ele é, mas sim por aquilo que ele nos faz sentir e fazer. No início, escolhemos aquele outro pelas decisões que torna fácil tomarmos. Pelo ímpeto, pela confiança que nos transmite, aumentando a nossa sensação de perfeição. Por nos fazer sentir que somos o melhor que poderia haver no seu mundo. E colocamos tudo em xeque por isto. Mudamos as nossas decisões, embevecidos na paixão, segundo a nossa nova polarização. Ficamos com a certeza que conseguimos agradar ao outro se tomarmos esta decisão. E era esta a decisão que sempre quisemos tomar, mas agora é mais fácil e parece mais perfeita ainda. E é quando conseguimos ver com esta clareza, quando conseguimos saber que...

O resto é delírio, é passageiro e turva-nos a visão.

Às vezes sinto quase que não tenho liberdade de escrever aqui. E escondo-me em diários. Mas não é tão legítimo. Há coisas que quero gritar ao mundo, mais do que apenas saber que as sei. Quero poder gritar ao mundo que me sinto mal quando não faço as coisas. Quero gritar que não gosto de não ter estendido a roupa. Não gosto de não ter lavado a louça. Não gosto de já ter o quarto desarrumado. Não gosto de não beber mais água. Não gosto que o álcool me deixe tão cansada. De hoje em diante não há excitações ou episódios maníacos enquanto estiver alcoolizada. Não basta já ter o campo de visão reduzido senão sobreesforçar-me na potência da alegria. Alegria tenho na constância da vida, na regularidade do mundo, nas gargalhadas que me conhecem de todos os dias. Alegria tenho no meu passado, nas minhas dores, nas minhas lutas. Em todas a minhas pequenas vitórias. Alegria tenho em ter-vos na minha vida. Alegria tenho nas tatuagens que me foram deixando. Nas vezes que estiveram. Que me repreender...

Tese 1 - Eu 0

E. Já são 23h44. Para quem olhava para a noite como uma noite curta, sem possibilidades de movimentações psíquicas elevadas por aí além. Foi aquela noite que procuraste. Depois do dia exaustivo. Repeguei na tese. Nossa! Que trabalheira que já foi feita! E que ainda falta fazer. Um dia vou pegar naquilo e achar que sou capaz. Que é aquilo que agora me falta. Sentir que sou capaz. Timidez, acanhamento, sentir na pele as dificuldades do trabalho.